VIDA SAUDÁVEL:
Medos e ansiedades da criança // O meu filho não quer ir à escola // Limites e regras!!! // O brincar terapêutico // Higiene oral // E as birras? // A hora das refeições // As crianças e o Sol // Ajudar a criança a deixar a chupeta // A hora do sono // Deixar as fraldas // É hora de brincar // Dentadas, beliscão e empurrão – O que fazer? // A homeopatia na pediatria “Primum no nocere” – Hipócrates // Parentalidade consciente
SEGURANÇA:
Mala da farmácia de viagem // Transporte no automóvel // A prevenção do afogamento infantil // Utilização correta da câmara expansora //
PROBLEMAS DE SAÚDE:
Anafilaxia // Escabiose // A criança bateu com a cabeça // Obesidade na infância // O meu filho tem diarreia // Pronação dolorosa // A minha criança tem varicela? // Gerir a febre em Pediatria // Doença Celíaca // A obtipação
Texto do Pediatra Dr. Luís Gonçalves
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Compreenda que o seu filho está a passar por uma dificuldade. Ele não está a ser malandro ou resistente de forma deliberada. Está a passar por uma dificuldade e precisa da sua ajuda.
Ao conversarem sobre o que preocupa a criança está a demonstrar-lhe que se preocupa com ela e isso ajudá-la-á a sentir-se apoiada
Não espere que as coisas mudem de um dia para o outro. Mantenha-se sereno e encoraje-o a não desistir.
Ajude a criança a fazer uma lista de preocupações e medos para que possa exteriorizar o que sente e depois arranjarem soluções para cada um.
Não o critique, goze ou humilhe com aquilo que lhe causa ansiedade. Um medo é um medo, quer o compreenda ou não, e pode ser fonte de muita agitação emocional.
Façam um desenho sobre as preocupações e um desenho do seu filho a vencer o medo. Coloque o desenho da criança a vencer o medo num local visível em casa.
Lembre-se de valorizar a criança por usar novas estratégias e por tentar ultrapassar as suas dificuldades. Recompense e elogie os esforços
Diga-lhe: Quando reparares que estás com “pensamentos negativos”, como “Vou falhar”, diz: “STOP!”. Imagina um sinal de STOP na tua cabeça ou imagina-te a dizer bem alto STOP. De imediato substitui o pensamento negativo por um mais positivo ou agradável, por exemplo “Vou esforçar-me” ou “Vou ser capaz”.
Pratiquem “viagens em pensamento” até locais, reais ou imaginários, calmos e tranquilizantes.
Pratiquem exercícios de relaxamento
Texto do Pediatra Dr. Luís Gonçalves
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Tente perceber a origem da recusa em ir à escola. De forma amigável e calma, não desvalorize o que ele diz, oiça-o com atenção e tente compreender o seu mal-estar.
Procure conhecer o ambiente vivido em sala de aula, entre colegas, bem como os métodos de ensino mais usados.
Pode ser importante partilhar a situação com o professor, mas com cuidado para o seu filho não se sentir numa situação constrangedora.
Ajude o seu filho a estudar e a desenvolver os seus métodos de estudo, aumentando assim a sua capacidade em compreender e interessar-se pelas matérias e aumentar o seu sucesso, sempre com cuidado para que esses momentos não se transformem em discussões e se tornem num castigo e salientando a importância da autonomia.
Ajude a criança a organizar um horário de estudo para que possa conseguir um equilíbrio entre momentos de tarefas escolares e momentos livres.
Disponibilize a sua casa para a realização de trabalhos de grupo, ou para momentos de estudo ou até de lazer.
Descubra com o seu filho o que gosta de fazer e proporcione-lhe momentos ocupados com atividades que gosta.
Promova visitas, idas a locais que promovam aprendizagens divertidas para que possa aumentar o interesse pela aprendizagem.
Quais são os seus interesses e a vocação do seu filho? O que é preciso para lá chegar? Juntos façam pesquisas, esclareçam dúvidas.
Texto da Enf.ª Adriana Ramos
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Ao cuidar de crianças hospitalizadas, encontramos um ser humano e a respetiva família imersos em emoções, desgaste físico e vulnerabilidade social, o que exige do profissional de enfermagem não só compreensão da doença, mas também sensibilidade para reconhecer as peculiaridades de cada indivíduo.
A doença, a hospitalização e a dor são fatores potenciadores de stress na criança. A exposição da criança a episódios traumáticos repetidos, ativa as suas respostas biológicas de stress, que produzem consequências comportamentais e emocionais que se traduzem em trauma. Na criança que se encontra em desenvolvimento, a ativação repetida destes sistemas vai condicionar o desenvolvimento da estrutura e do funcionamento do seu cérebro, tendo consequências na forma como a criança se relaciona consigo, com os outros e com o ambiente.
É da responsabilidade dos enfermeiros a realização de intervenções que visem a diminuição destes impactos, como por exemplo a utilização do brincar terapêutico.
O brincar terapêutico pode ser definido como um conjunto de intervenções para promover o bem-estar das crianças durante a hospitalização, sendo um conjunto de atividades lúdicas estruturadas em função do estado de saúde, idade e desenvolvimento da criança. Assim, não se trata apenas de uma atividade recreativa, mas sim de uma atividade planeada com um objetivo.
O brincar proporcionado pelos profissionais de saúde pode melhorar a relação enfermeiro-criança, aumentando a confiança durante a prestação de cuidados. Assim, é importante conhecer a sua eficácia para transformar as unidades hospitalares pediátricas num ambiente agradável, atraente e lúdico, afim de alcançar melhor resultados e humanizar o atendimento.
Também os pais, enquanto figura de proteção para a criança, apresentam um papel fundamental no brincar terapêutico, sendo a sua aprovação e participação, a forma mais facilitadora na aceitação pela criança do brincar terapêutico durante a prestação de cuidados.
Texto do Pediatra Dr. Luís Gonçalves
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>> Negociar – Se não houver negociação será muito difícil que cumpra com o que foi estipulado por si. Estabeleçam os horários para saídas, adequados à idade, à situação e em função dos resultados alcançados na semana.
>> De forma natural promova o diálogo, sem que ele sinta a pressão de ter que responder a um inquérito, criando o hábito de deixarem uns aos outros bilhetinhos ou mensagens, promovendo conversas periódicas
>> Responsabilizar – Frases como “é assim porque eu quero” ou então “tens de aceitar o que te digo” não ajudam a construção de relações saudáveis entre pais e filhos. Opte por dizer “é a melhor decisão tendo em conta as outras hipóteses” … ou então, “mas diz-me quais são os teus argumentos?” ou ainda, “vamos analisar em conjunto todas as hipóteses”. Procure responsabilizá-lo, transmitindo confiança nele e numa primeira fase dê-lhe responsabilidades que saiba que irá conseguir cumprir, promovendo assim o sucesso.
>> Os gritos e as acusações não acrescentam nada à comunicação.
>> Transmita ao seu filho a importância de ele se sentir bem por ser quem é, de pensar por si próprio e tomar as suas próprias decisões;
>> Mostre interesse pelo o que o seu filho diz e sobre o que acontece com ele. Conheça o grupo de amigos do seu filho. Nesta fase da adolescência os amigos são figuras muito importantes e significativas na construção da identidade.
Texto do Pediatra Dr. Pedro Costa e Cruz
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Porquê?
A lavagem dos dentes é determinante na prevenção de cáries e faz parte de uma rotina de higiene oral adequada que deve ser implementada logo que seja necessária.
Quando?
A partir do romper do primeiro dentinho. Nessa altura, é importante a lavagem dentária duas vezes por dia (uma delas obrigatoriamente ao deitar). A lavagem das gengivas pré-erupção dentária não é mandatória, mas pode atenuar algum do desconforto gengival que antecede a erupção do dente.
Como?
A forma de lavar dependente da idade e autonomia da criança. Assim, de acordo com as Normas da Direção Geral de Saúde:
O dentífrico a utilizar deverá conter flúor (1000 ppm nas nos primeiros 6 anos e 1500 ppm nos anos subsequentes). A quantidade é, em regra, similar ao tamanho da unha do dedo mindinho da criança.
Primeira ida ao Dentista?
Na ausência de patologia, a primeira ida ao Dentista deverá ocorrer a partir dos 3-4 anos (idade em que existe, na maioria dos casos, colaboração por parte da criança).
Texto do Pediatra Dr. Luís Gonçalves
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Os pais devem ser consistentes e coerentes na aplicação das regras e limites e cumprir até ao fim o que estipularam. Não deve haver opiniões contrárias do pai/mãe (pelo menos em frente à criança!)
Lembre-se que o castigo/consequência deve ser proporcional à gravidade da birra e não à frustração do adulto. O seu filho deve compreender claramente as consequências dos seus comportamentos inadequados, para não voltar a repeti-los (sabe que terão uma consequência).
Os pais devem comunicar de forma clara a confiança que têm na cooperação do seu filho dizendo “quando… (ex.: fizeres isto), então depois (ex.: podes ir brincar)” em vez de “se não fizeres… não podes”.
Avise o aproximar da hora e o momento do fim das atividades/brincadeiras para evitar/antecipar a birra.
Qualquer esforço do seu filho para cooperar deve ser notado e valorizado pelos pais
Da mesma forma as ordens devem ser formuladas pela positiva, evitando o uso do “pára” e do “não faças”. Ao dar uma ordem, seja simultaneamente delicado, respeitador, mas firme. Dê tempo ao seu filho para responder às ordens dadas.
Evite demasiadas perguntas e argumentações. As batalhas verbais devem ser evitadas e o seu filho deve ser avisado, não mais de duas vezes, antes de lhe mostrar o que pretende.
Ignorar a provocação. Os pais devem manter-se calmos e ignorar qualquer irritação ou protesto face ao que disseram.
Texto do Pediatra Dr. Luís Gonçalves
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Mas nem sempre assim acontece. E para todos nós pais, a hora da refeição pode tornar-se um verdadeiro tormento, para nós e para os nossos filhos.
A regra principal, é saber que não existem regras. No entanto, deverá ser: acreditar que todos vamos conseguir alimentar os nossos filhos, tal como fazem os outros pais e as outras famílias!
A segunda regra deve ser insistir, insistir e insistir sem obrigar…e nunca desistir! Está provado que são necessárias 8 a 11 tentativas para nos habituarmos a um novo alimento! O sabor doce é inato, no entanto é preciso aprender a gostar dos outros (salgado, ácido, amargo), sendo que isso leva o seu tempo. Hoje poderemos conquistar uma, duas colheres, amanhã serão mais algumas com certeza.
Quando a criança não tem qualquer perturbação neuro motora, não há razão para que não coma conforme o plano alimentar orientado pelo pediatra.
A partir de um ano de idade, a criança está preparada para experimentar “comida da panela”, ou seja, deve ter uma dieta igual à da sua família, desde que pouco condimentada, com pouco sal e gordura e evicção de açúcares.
Conheça alguns “truques” para tornar as refeições momentos de harmonia e saúde familiar. Leia na íntegra o artigo E A HORA DAS REFEIÇÕES É…MOMENTO DE PRAZER OU DE BATALHA? Da autoria do Dr. Luís Gonçalves.
Ler artigo completo: Artigos HPA
Texto do Pediatra Dr. Víctor Miranda
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Porém, a pele das crianças é mais sensível e fina, devendo ser protegida desde cedo, existindo alguns autores a sugerir que as crianças até aos 3 anos não devem ter exposição solar direta.
Os danos causados pela exposição excessiva vão-se acumulando, podendo danificar os olhos e a pele, causando queimaduras solares e aumentando o risco de cancro da pele na idade adulta.
Contudo, o grau de sensibilidade da pele das crianças é variável. As crianças mais suscetíveis têm pele mais clara, com sinais ou sardas, olhos azuis/verdes, são ruivas ou loiras e têm antecedentes familiares de melanoma.
Que cuidados devemos ter?
A educação das crianças para os riscos da exposição solar faz parte das medidas de prevenção infantil, para que possam usufruir das atividades ao ar livre com saúde e segurança.
Ler artigo completo: Artigos HPA
Texto do Pediatra Dr. Luís Gonçalves
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Por fim, depois de muito bem conversado em casa com o seu filho, pode aproveitar a vinda ao HPA Gambelas e deixar a chupeta na nossa “Romãzeira Mágica”, à semelhança de outras crianças que também passaram pelo mesmo “desmame”.
Árvore da chupeta
Ler artigo completo: Artigos HPA
Texto do Pediatra Dr. Luís Gonçalves
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Antecipe o que vai acontecer. “Daqui a 10 minutos, é hora de ir dormir.” O seu filho sentir-se-á menos tenso se souber o que vai acontecer, deitar-se-á com menos resistência e adormecerá mais depressa.
Horários
Estabeleça e cumpra um horário para o início das rotinas da hora de deitar.
Rotinas
Lavar os dentes, mudar a fralda, vestir o pijama, são sinais que informam sobre o aproximar do deitar. Seja consistente no cumprimento das rotinas diárias.
Baixe a intensidade das luzes do quarto e verifique a temperatura ambiente, que não deve ser excessivamente quente nem fria.
Partilhem uma atividade calma no quarto. Escolha algo simples, divertido e que entretenha o seu filho sem provocar excitação.
O simples hábito de ler uma história antes de deitar pode ajudar a criança a sentir-se tranquila, neste momento que muitas vezes está associado a inseguranças ou receios do escuro.
Conversem sobre o dia que está a terminar e antecipem os bons momentos do dia seguinte.
Incentive o seu filho a dar um beijo/abraço de boa noite aos restantes elementos da família. Algumas crianças gostam também de desejar boa noite à lua e às estrelas, ao boneco preferido ou ao animal de estimação.
Bons sonhos!
Texto do Pediatra Dr. Luís Gonçalves
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Este é um processo contínuo e por vezes lento, por isso vá inserindo o hábito do bacio, perguntando-lhe como está a barriguinha, se já sente o aperto por estar cheia.
Deixar de usar fraldas exige treino e, enquanto algumas crianças precisam de alguns dias para ter sucesso, outras precisam de meses.
Numa fase inicial poderá definir horários (por exemplo, depois das refeições) para sentar a criança no bacio, sem fralda, enquanto cantam ou leem uma história. Crie o hábito de o fazer na casa de banho.
Poderá usar livros com imagens sobre o tema para motivar a criança. E exemplificar que todos os elementos da família (pais, irmãos...) têm o mesmo hábito!
Use um bacio colorido, afixe imagens relacionadas com o tema para que ele imite (por exemplo: criança baixar as calças, criança sentada no bacio, criança a lavar as mãos, etc.).
Compre cuecas com os personagens preferidos da criança. Entusiasme-o com o uso da cueca e não da fralda, como se fosse um jogo!
Sempre que ocorre um progresso (mesmo que seja uma tentativa aproximada do sucesso) diga-lhe como está a ir bem e como se sente orgulhoso dela. Mas não exagere nos elogios, pois poderá deixar a criança ansiosa e com receio de falhar.
Reaja com a máxima e possível serenidade aos “acidentes” na fase de treino. Esses acidentes vão sempre ocorrer!! Minimize a sujidade e o stress.
Boa sorte!
Texto do Pediatra Dr. Luís Gonçalves
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Brincar ensina a criança a esperar pela sua vez e a desenvolver outras competências de interação social e comportamentos que lhe podem ensinar regras de convivência social.
Permita que seja o seu filho a comandar o jogo e siga as suas deixas/opiniões. Nesta brincadeira não controle, não dê instruções nem dirija o seu filho.
Nomeie o que o seu filho vai fazendo ao longo da brincadeira; nomeie o que vai fazendo quando é a sua vez.
Quando ele parece estar a ter dificuldade, refira isso mesmo e dê-lhe uma palavra de incentivo e coragem. Apoiar e encorajar a exploração dos problemas pela criança tende a aumentar as suas competências de resolução de problemas.
Elogie quando ele consegue ter sucesso, mesmo que seja um pequeno sucesso.
Expresse a sua/vossa emoção na brincadeira!! E boas brincadeiras…
Texto da Pediatra Dra. Marisol Anselmo
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A primeira ideia a reter é que os miúdos não o fazem com o objetivo de magoar o outro, fazem apenas por instinto.
Com 2 anos de idade as crianças têm uma linguagem recetiva (compreendem) para centenas de palavras e têm uma linguagem expressiva reduzida. Logo não conseguem expressar as emoções e recorrerem a linguagem corporal para revelar o que sentem, por vezes com grande frustração ou zanga.
Outras vezes, apenas para chamar a atenção do amigo de quem gostam muito de brincar. Até adquirirem mais linguagem verbal, as crianças usam a linguagem corporal, dentada, beliscão, puxão ou arranhão – são vias de comunicação.
Está é uma forma de manifestar emoções. Quer brincar com o mesmo brinquedo e decide mostrar que está frustrado, com uma dentada.
Dicas para os pais e educadores:
Explicar aos pais que castigos nestes casos, como sempre, não servem para nada. A criança vai deixar de morder num processo de aprendizagem ao longo do tempo. Para as crianças conseguirem controlar as emoções ou instintos terão de amadurecer áreas especificas do cérebro, o que só acontece com o crescimento.
Para as crianças até pode ser útil confrontar-se com os limites do outro, como um modo de aprendizagem.
Texto da Pediatra Dra. Marisol Anselmo
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Em pediatria esta máxima adquire ainda maior valor, pois os pais preferem tratamentos eficazes, seguros e bem tolerados. Factos que se verificam com a homeopatia.
A Homeopatia foi desenvolvida pelo médico Samuel Hanhemann (1755-1843), sendo uma medicação complementar à medicação alopática.
Este tipo de medicação desencadeia uma reação de adaptação do próprio organismo, potencia o sistema imunológico e promove a sua regulação, reparação e cura.
Esta medicação tem em linha de conta o ser individual, a sua forma pessoal de reagir à doença, os seus sintomas, atende a sua condição física e psicológica, como um todo. Não têm contraindicações e raramente existem efeitos adversos, pelo que podem ser usados com a máxima segurança em crianças, grávidas ou pacientes polimedicados. A homeopatia deve ser prescrita por médicos que saibam diagnosticar a doença em causa e se necessário utilizem tratamento farmacológico em complemento com a homeopatia.
Porque recorrer à Homeopatia em Pediatria?
Sempre que necessito de iniciar uma medicação às crianças e jovens que observo, pondero qual a medicação mais adequada e com menos efeitos secundários face à doença. Em pediatria a maior parte da patologia infeciosa é de etiologia viral e as crianças precisam de medicação de alívio ou que potencie o seu sistema imune para que reajam face a doença. A homeopatia pode igualmente ser eficaz na redução de episódios recorrentes de algumas patologias como amigdalite viral, bronquiolite ou otites de repetição, evitando assim a prescrição excessiva e repetida de antibióticos, corticoides ou antialérgico. Os medicamentos homeopáticos são diluídos com vista a adaptar-se a doença e sintomas expressos. Diluições mais baixas para sintomas mais agudos e diluições mais elevadas se queremos tratar doenças recorrentes. A homeopatia é igualmente eficaz na prevenção de patologia infeciosa recorrente da infância.
O processo de fabrico da medicação homeopática respeita as mesmas regras que a medicação convencional, a matéria prima é de origem vegetal, animal, mineral e química, são as chamadas cepas. Estas são submetidas a diluições que dão origem aos seus princípios ativos homeopáticos.
A homeopatia isoladamente ou aliada à alopatia apresenta-se como ferramenta inovadora no tratamento preventivo das doenças infeciosas de repetição em pediatria.
Texto da Pediatra Dra. Marisol Anselmo
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Uma criança faz uma “birra” ou “desafia” os pais, em busca de satisfazer uma necessidade. Poderá ser muitas vezes uma necessidade de conexão e pertença, ou apenas de experimentar uma brincadeira nova. Se entendermos a sua necessidade e procurarmos responder da melhor forma, vamos obter colaboração, respeito e afeto puro. Isto não significa que a criança terá todos os seus desejos satisfeitos, não será possível obviamente, os pais darão a conhecer os seus limites pessoais e ao assumir a sua responsabilidade pessoal, as crianças e jovens crescem num ambiente de respeito e aprendem a ser valorizadas pela pessoa que são.
Através da Parentalidade Consciente é feito um convite à curiosidade, à observação dos filhos sem julgamento, a despir o fato do controlo permanente, a exercer o amor incondicional, sem elogios, sem castigos, como forma de compreender a criança.
Os princípios da Parentalidade Consciente são transversais a todos os cenários da nossa vida, pessoal, familiar, profissional ou social, bem entendidos, abrem portas das nossas relações. Estes valores são:
Igual Valor. Adultos e crianças têm a mesma possibilidade de exprimir os seus pensamentos, sentimentos, necessidades e desejos, o diálogo está aberto, assente no respeito mútuo e não no estatuto hierárquico.
Respeito pela Integridade. A integridade engloba tudo o que somos do ponto de vista físico e emocional. Dizer “não” a um filho não fere a sua integridade.
Autenticidade. O valor essencial para que todas as crianças possam ter a liberdade de ser quem realmente são. Que não sejam apenas um ser moldado ao gosto, desejo ou expectativa do adulto que o está a ajudar a crescer. Tantas vezes os adultos se esquecem de quem foram, apenas por quererem agradar a outros, agora trabalham diariamente para se lembrarem de quem realmente são.
Responsabilidade pessoal. Todos somos responsáveis pelo que pensamos, sentimos ou desejamos. Devemos deixar as crianças e jovens assumirem esse mesmo poder pessoal. O excesso de controlo, transmite a mensagem de que não confiamos na criança ou jovem, deixa-a mais insegura e por vezes quase que acredita que é menos capaz. Desde tenra idade (sendo as tarefas adequadas ao grupo etário), devemos confiar na criança quanto à sua fome, capacidade de decisão sobre o quer vestir ou como vai arrumar os brinquedos, entre outras tarefas.
A Parentalidade Consciente permite que a criança e jovem cresçam num ambiente sem medo, onde se sentem respeitadas, vistas, ouvidas, valorizadas e amadas pelo ser humano que realmente revelam ser.
Texto da Pediatra Dra. Inês Serras
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O que levar como medicação para a viagem surge, habitualmente, na hora de fazer a mala, para quem viaja com crianças
As necessidades de cada família, irão depender das idades das crianças, do destino e, eventualmente, da duração da viagem.
Quando nos deslocamos em viagem para fora do país, devemos ter em conta que, a alimentação, o clima e os costumes poderão ser diferentes dos nossos, o que poderá acarretar alguns riscos acrescidos para a saúde. Por forma a acautelar eventuais imprevistos, devemos saber quais as doenças que poderão surgir e os recursos de saúde existentes na região.
De um modo geral, na mala da farmácia de viagem poderão constar:
Antes da viagem deverá procurar o seu pediatra, no sentido de personalizar esta lista, de acordo com as possíveis necessidades do seu filho.
Tome especial atenção para o acondicionamento dos medicamentos.
No caso de viagem de avião, lembre-se que existem regras específicas para o transporte de medicação na bagagem de mão, de modo a poder aceder aos fármacos durante a viagem, ou em caso de perda/atraso da bagagem de porão (poderá consultar as especificações de cada companhia aérea no respetivo portal).
Idealmente, deverá ter uma cópia da receita médica, onde conste o nome da substância ativa e a dose dos medicamentos habituais, para controlo na segurança do aeroporto.
Os medicamentos sólidos, como comprimidos ou cápsulas, não têm restrições. O mesmo não se verifica no caso de xaropes, transportados na bagagem de mão. Estes deverão ser transportados em embalagens seladas, com volume máximo de 100mL (num máximo de 1 Litro por passageiro), dentro de um saco de plástico, semelhante aos artigos de higiene.
Se vai viajar dentro da Europa, considere fazer o Cartão Europeu de Seguro de Doença (hiperligação no site), que lhe permite aceder aos cuidados de saúde de serviços públicos do país onde se encontra. Se viajar para fora da Europa, é aconselhável fazer um seguro de viagem.
Uma fonte muito completa de informação para viagens pode ser consultada em: www.travelhealthpro.org.uk
Texto da Pediatra Dra. Inês Serras
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As regras do transporte de crianças no automóvel têm vindo a sofrer algumas alterações ao longo do tempo. Em Portugal, o transporte de crianças encontra-se regulado no artigo 55.º do Código da Estrada. As crianças com menos de 12 anos de idade e menos de 135 cm de altura, devem ser transportadas por sistema de retenção homologado e adaptado ao seu tamanho e peso.
Atualmente, existem 2 tipos de regulamento para a homologação de sistemas de retenção de crianças (SRC):
>> Regulamento ECE R44-04 mais antigo, que classifica SRC por grupos de peso, e segundo a variedade de modelos de automóveis (universal, semi-universal e específico para alguns veículos) em que podem ser instalados.
>> Regulamento ECE R129 (mais conhecido por i-Size): mais recente, o futuro. Pretende simplificar todo o processo de escolha e utilização de sistemas de retenção para crianças
Cadeiras homologadas pelo Regulamento R44-04
GRUPO | PESO (Critério essencial) | IDADE APROXIMADA |
Grupo 0 | Até 10 kg | Só casos especiais. Recomendação do Ministério da Saúde |
Grupo 0+ | Até 13 kg | Até aproximadamente aos 15 meses |
Grupo I | De 9 a 18 kg | Desde os 12 meses até aproximadamente aos 3 ou 4 anos |
Grupo II | De 15 a 25 kg | Aproximadamente, desde os 3 anos até aos 7 anos |
Grupo III | De 22 a 36 kg | Aproximadamente, desde os 6 anos até aos 12 anos |
Cadeiras homologadas pelo Regulamento R 129
ALTURA (Critério essencial) | IDADE APROXIMADA |
Até 60 cm | Só casos especiais |
Até 75 cm | Até aproximadamente aos 15 meses |
Até 105 cm | Desde os 12 meses até aproximadamente aos 3 ou 4 anos |
O peso é, em qualquer caso, um critério muito importante, uma vez que determina a resistência da cadeira (até as cadeiras homologadas pela altura, R129, estabelecem um peso máximo de utilização).
Principais diferenças entre regulamento R44-04 e R129
Caraterísticas | R44-04 | i-Size (R129) |
Classificação | Classificação baseada no peso (em kg) | Classificação baseada na altura (em cm) |
Grupos de SRC | Grupos 0, 0+, 1, 2, 3 | Sem grupos, apenas baseado na altura da criança |
Direcção da marcha | Sentido da marcha possível a partir dos 9kg (aproximadamente 9 meses) | Sentido contrário à marcha obrigatório até aos 75 cm (aprox. 15 meses) |
Sistema de instalação no automóvel | ISOFIX, cinto de segurança ou uma combinação dos dois | ISOFIX |
Teste de impacto traseiro, lateral e frontal | Impacto traseiro 30km/h Impacto frontal 50 km/h | Impacto traseiro 30km/h Impacto frontal 50 km/h Impacto lateral 24 km/h |
No novo regulamento i-Size, a existência de teste de impacto lateral, o sistema ISOFIX, a facilidade de escolha e a obrigatoriedade de circular no sentido contrário à marcha até aos 15 meses, tornam a viagem das nossas crianças muito mais segura.
Os SRC homologados pelos regulamentos em vigor devem apresentar, em lugar visível, a seguinte etiqueta, onde é garantida a segurança do produto (regulamento ECE R44-04 vs R129)
Dez passos para a escolha do sistema de retenção (cadeira-auto) adequada ao seu filho:
Questões frequentes relativamente ao transporte de crianças e SRC
Como devo transportar o meu filho, de frente, ou de costas?
A criança deve viajar no sentido contrário à marcha o maior tempo possível que, na recomendação mais recente, será pelo menos até aos 15 meses de vida. Está, inclusivamente demonstrado, que este benefício existe até aos 3-4 anos. Esta é a forma de transporte mais segura, não só devido ao tamanho desproporcionadamente grande da cabeça comparativamente ao corpo, nas idades mais jovens, mas também pela imaturidade e fraqueza dos músculos do pescoço para suportar da melhor forma o peso da cabeça, numa situação de travagem brusca ou acidente.
Posso transportar o meu filho no banco da frente?
A opção mais segura e obrigatória será o transporte nos bancos de trás. Existem apenas 2 exceções em que a criança poderá viajar à frente: no caso de ter menos de 3 anos e estar num SRC no sentido contrário à marcha, salvaguardando que o airbag do passageiro se encontra desativado; ou no caso de idade superior a 3 anos, quando não existem cintos de segurança no banco traseiro ou no caso de viatura comercial.
Qual o banco traseiro mais seguro?
O banco traseiro considerado mais seguro é o local do meio, pela maior distância ao local de colisão aquando de embate lateral. No entanto, este banco muitas vezes não apresenta sistema ISOFIX. Quanto às laterais, esquerda vs direita, sendo mais segura a entrada e saída de passageiros pelo lado do passeio, idealmente será o local eleito para colocação do SRC.
Quando devo mudar de cadeirinha?
Esta transição deverá ser feita quando a parte de cima da cabeça fica acima do bordo superior do encosto da cadeira, ou quando os ombros excedem em mais de 2cm a altura das ranhuras de passagem das correias quando estas já estão colocadas na sua posição mais elevada
Até quando tenho que transportar o meu filho num SRC?
A resposta mais certa é que deverá manter a cadeira-auto durante o maior tempo possível, enquanto a criança se mantiver confortável. No entanto a legislação portuguesa apenas obriga a sua utilização até aos 12 anos ou 135 cm de altura.
Para saber mais sobre segurança rodoviária infantil poderá consultar:
www.ansr.pt; www.apsi.org.pt:
Texto do Pediatra Dr. Pedro Costa e Cruz
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O afogamento é um acontecimento muito rápido e silencioso e que pode dar-se em quantidades muito reduzidas de água (uma criança pequena pode afogar-se em menos de um palmo de água). Nos últimos anos, têm sido encetados esforços para a promoção das medidas de prevenção, salientando-se o importante papel da Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI) – de acordo com a mesma, verificaram-se, nos últimos 15 anos, 238 afogamentos com desfecho fatal, registando-se ainda, para além dos óbitos, 572 internamentos na sequência de episódios de submersão (muitos com lesões neurológicas sequelares permanentes).
Que medidas podemos, então, adotar para minimizar os casos de afogamento?
O afogamento é, de facto, evitável.
Cabe-nos reconhecer a necessidade da instituição de medidas preventivas para que todos possamos providenciar um crescimento saudável e seguro para os nossos filhos.
Ler artigo completo: Artigos HPA
Texto do Pediatra Dra. Inês Serras e Dr. Luís Gonçalves
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Existem duas formas de administração: em aerossol e em câmara expansora. O aerossol é cada vez menos recomendado, pois é mais dispendioso e mais moroso de administrar. A câmara expansora é o meio de administração preferível, uma vez que é mais rápido, mais prático e mais confortável para a criança. Os tamanhos das câmaras variam em função da idade da criança:
A eficácia do tratamento depende da correta utilização do dispositivo. Deve levar sempre o seu dispositivo inalatório quando for às consultas/atendimento permanente.
Preparação
A criança deve estar em pé ou sentada, idealmente calma.
Tomar a medicação
Limpar a câmara
Texto do Pediatra Dr. João Tavares
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O que é a Anafilaxia?
É uma reação de hipersensibilidade imediata, aguda e sistémica, em que os sinais e sintomas refletem os efeitos fisiológicos da libertação de mediadores celulares (células mastocitárias e basófilos periféricos do sangue) que causam vasodilatação e espasmo da musculatura lisa, nomeadamente a nível brônquico. Ocorre após exposição a um de terminado antigénio.
Quais são as causas?
As causas mais habituais são a hipersensibilidade a alimentos, fármacos e picadas. De entre os antigénios alimentares, os mais comuns são ovos, leite, nozes, amendoim e marisco, sendo a apresentação rara antes dos 12 meses de idade. Antibióticos, nomeadamente penicilina e cefalosporinas, e anestésicos tópicos são agentes frequentes em idades mais tardias.
Quais são os sintomas?
Os sintomas surgem geralmente segundos a minutos após a exposição ao antigénio (que pode ou não ser previamente conhecido). Habitualmente existe rubor, prurido localizado a generalizado, lesões cutâneas, tonturas, lacrimejo, olho vermelho, edemas labial e perioral. Pode estar associada falta de ar, dificuldade em engolir, cólicas, náuseas, vómitos. Choque anafilático, angioedema e obstrução brônquica são geralmente manifestações de doença grave e, nesses casos, representam uma emergência pediátrica.
Como posso ajudar o meu filho? Devo recorrer ao Hospital?
Perante a suspeita de uma reação anafilática, deve ser realizada uma observação médica. Nos casos ligeiros, o tratamento de suporte pode ser suficiente e estudo analítico pode ajudar a definir a etiologia. O tratamento de eleição é a adrenalina (aumenta a resistência vascular periférica, relaxa o músculo liso e alivia o edema e a urticária) e pode ser administrada através de canetas injetáveis previamente prescritas pelo médico assistente ou em contexto hospitalar nos casos sem historial prévio.
Conforme a gravidade da situação, podem ser terapêuticas adicionais e, pelo risco de reação bifásica com reaparecimento dos sintomas 6-24h após a manifestação inicial, pelo que se devem manter sob observação clínica durante este período.
O que acontece após a alta?
Os casos confirmados de anafilaxia devem ser encaminhados a uma consulta de Imunoalergologia, de forma a identificar/otimizar evicção do antigénio e conduta de atuação em caso de nova reação anafilática.
Para mais esclarecimentos, aconselhe-se junto do seu médico assistente.
Texto do Pediatra Dr. João Tavares
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O que é a Escabiose?
A escabiose, também conhecida como sarcoptose ou sarna, é uma ectoparasitose cutânea causada pelo Sarcoptes scabiei variante hominis, de elevada incidência mundial e frequente em idade pediátrica. É altamente contagiosa, com transmissão por contacto cutâneo direto ou, menos frequentemente, por fómites, sou seja, através de superfícies/objetos, atingindo todos os grupos etários e classes sociais.
Como se pode manifestar?
Geralmente manifesta-se por uma erupção cutânea inicialmente localizada (com disseminação posterior), muito pruriginosa e que frequentemente atinge múltiplos conviventes ou coabitantes. Nas crianças mais pequenas (habitualmente nos dois primeiros anos de vida), pode predominar um atingimento das palmas e plantas e pode ser associado a clínica inespecífica, estando o prurido muitas vezes ausente e manifestando-se inicialmente como perturbações do sono/alimentação e irritabilidade. Mesmo após um tratamento eficaz, o prurido cutâneo pode-se manter por 2-4 semanas após o tratamento, sem que isso indique a ausência de cura.
Como é feito o diagnostico e onde me devo dirigir?
O diagnóstico é clínico, podendo ser realizado por um pediatra / dermatologista. Pode dirigir-se ao Serviço de Atendimento Permanente ou agendar uma consulta de Pediatria / Dermatologia. Após a realização do tratamento é recomendada uma reavaliação clínica após duas semanas para confirmação de cura. Em casos particulares, perante dúvida clínica ou inexistência de resposta terapêutica, pode-se recorrer à confirmação por observação microscópica.
Como se trata?
O tratamento curativo é geralmente tópico, adaptado à idade e caso-a-caso, sendo geralmente extensível a todo o agregado familiar (colegas de sala e professores assintomáticos não necessitam de tratamento). Não deve ser esquecido o tratamento de suporte, com vista a minimização do prurido e lesões secundárias associadas e a otimização da regeneração da pele. O tratamento concomitante dos fómites (lençóis, roupas, etc.) é essencial para evitar a reinfeção.
A criança pode regressar à escola após o tratamento?
Após 24h de tratamento eficaz, a criança e os pais podem regressar às atividades letivas e escolares sem restrições.
Para mais esclarecimentos, aconselhe-se junto do seu médico assistente.
Texto do Pediatra Dr. António Salgado
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Na sua maioria são ligeiros e sem consequências, mas grande motivo de preocupação para os pais, havendo alguns sintomas que, se presentes, devem motivar a observação da criança, pelo risco aumentado de lesão intracraniana.
Após um traumatismo craniano, as crianças e/ou jovens devem ser vigiados relativamente a alguns sinais e sintomas que podem determinar a gravidade da situação. Estes embora mais frequentes nas primeiras 12h após o traumatismo, devem ser alvo de vigilância até cerca de 48h depois.
Se presentes podem implicar a realização de um exame de imagem.
Assim devem ser observados, se:
Se não tiver nenhum destes sinais e sintomas, pode aplicar gelo sobre o local, pode administrar o paracetamol (com a ressalva se a dor de cabeça piora deve ser observado) e promover um ambiente calmo.
Não esquecer que prevenir é melhor que remediar.
Assim, as crianças devem sempre usar capacete, quando andarem de bicicleta ou skate, devem ter sempre um adulto por perto quando andam, cumprir as regras de segurança para o transporte em automóvel e ensinadas as regras do transito assim que sejam compreendidas, devem ser aplicadas barreiras em escadas, nunca devem ser deixados em sítios altos sem apoio de um adulto, desde os primeiros dias.
Texto do Pediatra Dr. Víctor Miranda
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Dado o conhecimento atual de que hábitos alimentares errados e excesso de peso podem ter efeito prejudicial para toda a vida, é fundamental dar a devida importância a este tema.
O cálculo do índice de massa corporal, baseado na estatura e peso, é o parâmetro que define excesso de peso e obesidade, de acordo com curvas de percentis ajustadas para a idade e género da criança.
As crianças com excesso de peso e obesidade têm risco aumentado de várias doenças na idade pediátrica e adulta, incluindo asma, hipertensão arterial, patologia osteoarticular (joelhos e costas), doenças de fígado, apneia do sono, diabetes, enfartes do miocárdio e alguns tipos de cancro.
O balanço entre fatores genéticos, ingestão alimentar (em quantidade e qualidade) e a atividade física, resultam no peso adequado ou exagerado em cada situação. Na avaliação do excesso de peso e obesidade podem ser necessários exames complementares para perceber mais completamente o caso em questão.
Para ajudar as crianças a ter um peso saudável é necessário investir na alimentação adequada (com várias porções de fruta e vegetais por dia, é importante fazer boas escolhas na comida que compram para casa), na redução de “tempo de ecrã” e atividades sedentárias, programar atividade física diária, beber água (evitar sumos e refrigerantes), promover horas adequadas de sono.
Os objetivos devem ser realistas e faseados, e toda a família deve estar envolvida no propósito de atingir um peso mais saudável para a criança. Poderão sempre procurar ajuda com o vosso médico assistente e nutricionista/técnicos de exercício físico.
Texto do Pediatra Dr. António Salgado
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O que é diarreia?
A diarreia é um aumento no volume de fezes face ao normal da sua criança.
Em bebés, que habitualmente tem mais trânsitos intestinais, significa que as fezes são mais aquosas ou ainda mais frequentes.
Nos mais velhos, podem apresentar apenas um aumento no número de fezes diárias (geralmente 3 ou mais).
O que causa a diarreia?
As causas mais comuns para diarreia são infeções virais e efeitos secundários após toma de antibiótico. As bacterianas são menos frequentes.
Se as dejeções são acompanhadas por sangue e muco (parece “ranho), a probabilidade de infeção bacteriana é maior e a criança deve ser observada e eventualmente colher uma cultura das fezes, para excluir estas causas.
O que devo fazer?
A sua criança pode continuar a comer uma dieta normal, nomeadamente: carnes brancas, arroz, pão, massas, leite e iogurte (sem lactose), frutos e vegetais (exceto, por exemplo, algumas frutas como a ameixa e vegetais de folha verde). Devem ser evitadas comidas com gordura e bebidas com açúcar.
Caso seja amamentada, deve manter o aleitamento materno.
Os alimentos devem ser oferecidos, sem insistir, uma vez que pode ter menos apetite.
Devem ser reforçados os líquidos, oferecendo mais vezes por dia e pode ser administrada uma solução de hidratação oral (que existe com o fim de promover uma hidratação equilibrada).
Para promover uma normalização do transito intestinal, podem ser administrados pré e probióticos (existindo várias formulações disponíveis). Existem outros medicamentos adjuvantes, como antissecretórios, entre outros, que devem ser administrados apenas por recomendação do seu médico.
Quando deve ser observado/a?
Texto do Pediatra Dr. João Tavares
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O que é a pronação dolorosa?
A pronação dolorosa é uma lesão do cotovelo que ocorre frequente e exclusivamente em idade pediátrica. Trata-se de uma subluxação (separação parcial das superfícies articulares) da cabeça de um dos ossos do antebraço, o rádio, na zona do cotovelo. É a lesão do cotovelo mais frequente nas crianças e ocorre normalmente entre os 12 meses e os 4 anos.
Em que circunstâncias ocorre?
Normalmente, ocorre quando o membro superior da criança é puxado subitamente para cima quando esta tem o antebraço em pronação (isto é, com a palma da mão a apontar para trás). Este movimento é frequente quando a criança é elevada do solo pelas mãos, com os cotovelos esticados (comum quando esta tropeça e é puxada pela mão para não cair ao chão) ou, num movimento idêntico, quando se “pendura” por uma ou ambas as mãos num sítio mais elevado.
Porque é que acontece?
Com o movimento previamente descrito, a cabeça do rádio é puxada para fora e o ligamento que a “segura” no sítio (ligamento anular) desliza para dentro da articulação, ficando entre as duas estruturas e impedindo o regresso da cabeça do rádio à sua posição natural. Isto ocorre porque o ligamento nas crianças é fino e elástico. Com o crescimento, este torna-se mais espesso e forte, pelo que a lesão não acontece nos mais velhos.
Como se manifesta?
Após a lesão, a criança sentirá dor se tentar fazer supinação do antebraço (movimento contrário à pronação, ou seja, virar a palma da mão para a frente), porque estará a ‘apertar’ o ligamento que saiu do sítio. Assim, a criança evita fazer este movimento e tenderá a não utilizar o membro envolvido, mantendo-o quieto junto ao corpo, com o cotovelo estendido ou ligeiramente fletido e antebraço em pronação. Normalmente, os pais notam que, se oferecerem um brinquedo à criança, ela utiliza sempre o outro braço.
Como se diagnostica?
O diagnóstico é clínico, ou seja, através do exame físico da criança e da história clínica fornecida pelos pais. Não é necessária, por rotina, radiografia ou outro exame complementar de diagnóstico. Se o traumatismo tiver sido mais complexo que um simples “puxão” pode haver fratura óssea – mas, nesse caso, existem outros achados ao exame físico, como inchaço da articulação e dor local, mesmo com o braço em repouso.
Como se trata?
O tratamento consiste numa manobra feita por um médico. Não é preciso anestesia ou sedação – embora seja dolorosa para a criança, a manobra é rápida. É realizada uma manipulação específica no membro superior afetado, que devolve as estruturas à sua posição normal. O sucesso da manobra é confirmado quando a criança volta a movimentar o braço, o que habitualmente ocorre alguns minutos depois – algumas crianças poderão demorar mais tempo que outras a mover o braço, por receio que volte a doer. Depois disto, não é necessário imobilizar o braço nem fazer repouso.
Pode voltar a acontecer? Como prevenir?
Após o episódio, o ligamento anular fica mais “laxo” pelo que é mais provável a recorrência. Até o ligamento ficar mais forte e tenso, o que acontece pelos 4-5 anos, a pronação dolorosa pode voltar a acontecer, pelo que é importante evitar puxar a criança pelo braço. Se a situação se repetir, a criança deverá ser levada ao médico, para que este realize a manobra – os pais não deverão tentar realizá-la, mesmo que já a tenham visto fazer uma vez ou mais.
Há consequências a longo prazo?
Não, a criança não ficará com sequelas ou limitações no futuro, mesmo que os episódios sejam recorrentes.
Texto da Pediatra Dra. Ana Mariano
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É causada pela sensibilidade ao glúten e suas proteínas existentes na dieta, em pessoas geneticamente predispostas. Os grãos que contêm as proteínas desencadeadoras são o trigo, cevada e centeio.
Afeta aproximadamente 0,5 a 1% da população em geral. Existem certos grupos em que a prevalência é maior, nomeadamente nas crianças com Síndrome de Down, Diabetes Mellitus tipo 1, Deficiência Seletiva de Imunoglobulina A (IgA), Tiroidite Autoimune, Síndrome de Turner, Síndrome de Williams e Artrite Crónica Juvenil, nos quais o risco de doença celíaca é aproximadamente 3 a 10 vezes maior do que na população em geral.
A doença celíaca é uma condição subdiagnosticada, devido à sua apresentação heterogénea de sinais e sintomas clínicos. Pode estar associada a um conjunto de manifestações clínicas clássicas, nomeadamente diarreia crónica ou intermitente, obstipação, dor abdominal, distensão abdominal, náuseas ou vómitos recorrentes. Mas também podem estar associados sinais ou sintomas extraintestinais, nomeadamente perda ponderal, atraso de crescimento, atraso pubertário, amenorreia, irritabilidade, neuropatia, artrite ou artralgia, anemia por deficiência de ferro que não responde à terapêutica com ferro, diminuição da mineralização óssea (osteopenia ou osteoporose), fraturas de repetição, estomatite aftosa recorrente, exantema tipo dermatite herpetiforme, defeitos no esmalte dentário ou aumento das transaminases (ALT).
Para crianças com sintomas que possam ser atribuídos ao glúten, é importante testar a doença celíaca. O teste deve ser realizado antes de eliminar o glúten da dieta, pois esses testes podem ser falsamente negativos se realizados durante uma dieta sem glúten.
O tratamento apropriado é uma dieta com exclusão de glúten para toda a vida, resultando na resolução completa da inflamação intestinal e dos sintomas, com redução do risco de complicações adversas a longo prazo, nomeadamente neoplasias intestinais.
Texto da Pediatra Dra. Ana Mariano
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A obstipação carateriza-se por uma diminuição da frequência das dejeções, fezes duras e pequenas, evacuação difícil ou dolorosa de fezes de grande diâmetro e incontinência fecal (evacuação voluntária ou involuntária de fezes para a roupa interior). A maioria das crianças com incontinência fecal tem obstipação subjacente.
A obstipação funcional, sem patologia associada, é responsável por mais de 95% dos casos de obstipação em crianças saudáveis e é particularmente comum entre as crianças em idade pré-escolar. Crianças mais velhas e adolescentes podem ter obstipação funcional não reconhecida, pela dificuldade em falar dos seus hábitos intestinais.
Existem fases do crescimento em que o risco de ocorrência de obstipação é maior:
Lactentes e crianças
Adolescentes
A ocorrência de distúrbios alimentares, stress escolar, perturbação de hiperatividade e défice de atenção (PHDA) podem promover ou exacerbar a obstipação.
A incontinência fecal associada à obstipação funcional é especialmente importante nas crianças e adolescentes, pois está associada a uma baixa autoestima e ao isolamento social e pode ter um grande impacto negativo na qualidade de vida.
Hábitos dietéticos. A dieta moderna tem sido considerada um fator importante para a obstipação infantil. Atualmente as crianças consomem grandes quantidades de alimentos altamente processados em detrimento de frutas, vegetais e fibras.
Embora a obstipação funcional seja uma condição frequente, não deve ser ignorada, pois o prolongar da situação, potencia a dificuldade e aumento da duração do tratamento.
Texto do Pediatra Dr. António Salgado
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Os primeiros sintomas podem surgir até 21 dias (3 semanas), após o contacto com outra pessoa com varicela.
Inicialmente surgem, dispersas pelo corpo, manchas vermelhas que progressivamente evoluem para pápulas e pequenas vesiculas de conteúdo transparente, que posteriormente secam. Estas causam comichão.
Uma característica da varicela é poderem ser observadas estas 4 fases em simultâneo na mesma criança, o que não acontece com outros exantemas.
Atingem também o couro cabeludo e as mucosas (boca).
Demoram em média 6 a 9 dias até cicatrizarem.
É uma doença de evicção escolar e as crianças são contagiosas até estarem todas as vesiculas em fase de crosta.
Outros sintomas para além da comichão podem ser mal-estar geral, febre e dor referida a boca (resultante de aftas que o vírus provoca).
O que devo fazer?
Há algumas medidas que podem ajudar a aliviar a comichão, como: cortar as unhas rentes, banho com água tépida e solução de lavagem sem sabão, utilizar produtos cutâneos não abrasivos e reforçar a hidratação da pele.
Devem ser observados pelo médico, que eventualmente, prescrevera:
Quando deve voltar a ser observado/a?
Podem existir complicações que devem motivar a re observação, nomeadamente:
Se esta não for conhecida, considera-se febre os seguintes valores:
A febre é uma manifestação de combate às infeções e, por isso, benéfica. Quando as situações com febre são graves (5% dos casos), existem sempre outras manifestações associadas, os chamados “sinais de alerta”.
Quais são os “sinais de alerta” numa criança com febre?
Na presença de um ou mais destes sinais de alerta, a criança deve ser observada:
Numa criança com febre, quais os “sinais tranquilizadores”?
Embora possam ser incomodativos para a criança e poderem exigir observação médica, estes sinais sugerem doença sem gravidade:
O que fazer quando a criança/adolescente tem febre?
Oferecer água e/ou leite; adequar o vestuário e a roupa da cama à sensação de frio ou de calor; respeitar o apetite
Considera-se que o antipirético é eficaz se baixar a temperatura 1,0º a 1,5ºC em 2 a 3 horas. O objetivo do antipirético é aliviar o desconforto da criança e não eliminar a febre a todo o custo. Mesmo não medicada, a temperatura acabará, em regra, por baixar espontaneamente algumas horas depois, voltando a subir ao fim de poucas horas, e assim sucessivamente, até a doença passar.
Quando é que uma criança/adolescente com febre deve recorrer ao hospital/contactar pediatra?
Pontos-Chave a reter